Todo mundo sabe que argentinos gostam de ser destaque nas estatísticas. E é provavelmente por isso que a Nove de Julho virou um ponto turístico, já que é considerada uma das avenidas mais largas que existem. Não entendo porque não dão tamanha importância à Rivadavia, que é uma via com muito mais atributos para alimentar o orgulho porteño.
Tal avenida é uma das mais longas do mundo, com mais de 27km de comprimento. Corta toda a cidade de Buenos Aires, cruzando 106 semáforos, 10 bairros, se estendendo pela província, passando por mais oito cidades. Em todo seu percurso se encontram 83 linhas de ônibus, 11 das 16 estações da Linha A do metrô, interseções com as linhas D e H e com o trem da Linea Sarmiento.
Ela tem índices suficientes para se justificar como um ícone porteño, com peculiaridades que vão além dos números.
Se conforma como uma barreira imaginária que divide a Buenos Aires rica da Buenos Aires carente, a Buenos Aires européia da miscigenada, o Sul do Norte, os imóveis caros dos econômicos.
É o eixo leste-oeste de referência para a numeração de ruas. Quase todas as ruas perpendiculares a seu corpo tem sua numeração zerada nela.E a consequência disso é que de cada lado da avenida a maioria das travessas têm nomes diferentes. A Entre Rios vira Maipu, a Peru vira Florida, a Piedras vira Esmeralda.
É um lugar singular, que permite a qualquer porteño se vangloriar de ter a avenida com mais particularidades e a piada argentina mais engraçada do planeta:
Cómo convertir piedras en esmeralda? Cruzá Rivadavia!